sexta-feira, 1 de julho de 2011

Bloco ou não bloco: eis o São João.

Esse post será polêmico. Ok? Vamo nessa.

O São João de Estância-SE, assim como o São João da maiorira dos interiores Brasil afora, guarda (ou guardava, que é o que vamos discutir) algumas características em comum. Bastante ligados à vida rural, e a toda a cultura do campo de uma forma geral, fogos de artifício, comidas típicas a base de milho e amendoim, etc. A música, basicamente, trios compostos por sanfona, triângulo e zabumba. Com o tempo, o São João se modifica e vai se "industrializando", ganhando as cidades, atigindo um público maior. A música sofre grandes transformações, mas não vamos entrar nessa questão, pois rende muita discussão.


Hoje em dia, há um caloroso debate a respeito da autenticidade que há na presença de trio elétricos puxando "blocos juninos" nas ruas da cidade durante este período. O evento se assemelha muito ao carnaval baiano, salvo o fato de que o repertório é composto por músicas juninas, tocadas num ritmo mais acelerado, mais apropriado para se "dançar solto" e em movimento, o que acaba por revoltar ainda mais alguns estancianos, que argumentam que isto é um ato de "nulidade cultural", um gesto de pura inautenticidade, etc.

Sendo bem direto, acredito este posicionamento extremamente problemático, visto que representa um discurso descaradamente conservador. "São João bom mesmo era o do meu tempo!". Particularmente, esse tipo de fala me desagrada e preocupa profundamente, já que cultura sempre foi e sempre será uma longa cadeia de adaptações, traduções, hibridizações de comportamento, valores e costumes.

O professor da UnB Roque Laraia em seu Cultura: Um Conceito Antropológico, citando o  antropólogo inglês Edward Tylor e seu Primitive Culture (1871), afirma que "A diversidade é explicada (...) como o resultado da desigualdade de estágios existentes no processo da evolução." Talvez não seja muito ousado tentar traduzir essa ideia para a nossa realidade e para o nosso tempo, dizendo que este processo de transformação é o que se espera de uma determinada sociedade que se entende como tal e que se comunica com outros grupos sociais de cultura diferente. A noção de que uma se encontra num ponto mais avançado ou atrasado de evolução é que é ultrapassada, mas ideia de que qualquer povo sofre constante influência de outros meios é inegável! E é absolutamente normal!

Por sua vez, Stuart Hall, em seu A Identidade Cultural na Pós-Modernindade, postula que a identidade cultural do indivíduo é um conceito cada vez flutuante e variável. No mundo contemporâneo, pós-moderno e globalizado, é inconcebível pensar em uma cultura nacional pura, intocada e totalmente fincada em suas raízes. A nossa cultura, assim como no mundo inteiro, é um exemplo disso. O que é o tal "São João de raíz"? 

Bem, meu avô diria que São João mesmo é aquele da roça, ouvindo Luiz Gonzaga, dançando num chãozinho de terra pisada, dentro de um barraquinho, uma fogueira acesa, uma moringa com água fria, soltando balão, e diria que "São João na rua num tem nada a vê, não".

Meu pai diria que São João bom mesmo é que aquele na porta de casa, na cidade, ouvindo Alcymar Monteiro, tomando aquela cervejinha gelada, comendo milho assado, soltando só buscapé, porque balão causa incêndios.

Eu digo que me lembro do São João em casa, o tal "São João de rua", mas a minha raíz de São João, a minha vivência verdadeira e autêntica de São João é no Forródromo, ouvindo Calcinha Preta, Painel de Controle e Mastruz com Leite, me apertando no meio de 20 mil pessoas. Isso, pra mim, é São João.

Um grande número de pessoas deve ter achado um grande absurdo o carnaval ter saído dos saudosos bailes em pequenos salões ao som das velhas marchinhas, e se transformado no monstro econômico que é o carnaval das escolas de samba do Rio, ou nos grandes blocos baianos de Axé Music. No entanto, hoje em dia, já é consenso que não há nada tão "genuinamente carnavalesco" do que tudo isso.

Da mesma forma, daqui a dez anos, quando o Xamêgo de Menina estiver completando '20 anos de avenida', nossos filhos estarão absolutamente convecidos de que São João de verdade é bota no pé, calça e abadá! E de fato será!

Então, quando se diz "Isso é lá São João?!" eu pergunto: "Para quem?!". Da mesma forma, quando se fala em raíz, deve-se relativizar o quão fundo vai essa raíz. "Tem que voltar às origens". Ok. Origens de onde? De quem? Onde estão as origens? No lançamento de Dança da Moda nos anos 50? Na chegada da sanfona ao Brasil nos anos de 1800? Ou nos bailes da nobreza européia séculos atrás?


 A cultura não regride. Por mais que os gostos pessoais e o discurso engessado de grande parte da sociedade tente ignorar ou ir contra este fato, as diferentes culturas se comunicam e se rearticulam. E ao passo que nossa identidade não está eternamente petrificada num estado permanente, não se pode ignorar que, quer nós queiramos ou não, o São João se move! No caso de Estância, literalemente...

42 comentários:

  1. Cara, muito boa ideia abordar esse assunto... Cada vez mais escutamos essa história de que o São João está acabando, talvez o motivo disso seja a velocidade com que ele vem mudando esses últimos anos... Mas uma coisa é certa, o São João não acabará NUNCA.

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  3. Concordo contigo João Paulo! Ele se transformará sempre. A transformação é a única maneira pela qual uma cultura sobrevive ao tempo.

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  4. Você está certo. O São João varia de geração a geração, e não podemos dizer o que é ou não autêntico. Como vc mesmo frizou, o autêntico pra nós não é o mesmo que pra nossos avôs, assim como não será para nossos filhos. Mas, uma coisa eu ainda defendo: podemos escolher o "tipo junino" que mais nos agrada. Exemplificando: eu, mero cidadão de 25 anos, prefiro São João de Rua E Forródromo aos "Blocos Junino". Mas, por outra vertente, também prefiro ele ao dos nossos antepassados. Assim, inegável é que São João é São João em todos os tempos e épocas, o que varia são as pessoas que o comemora, nda impedindo a sua preferência entre um ou outro. Cultura, como disseste, é adaptada. Como diria Voltaire "Não concordo com..." ah, eu não lembro da frase e tenho crteza de que vc sabe o que quero dizer. kkkkk Abraço, Reis. Mais um texto de excelência elaboração.

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  5. Bom texto Ivan Reis. Eu mesmo não canso de escutar dos meus pais e avós como era o São João deles. Era muito legal, mas o momento é outro e é isso que faz mudar, o "momento" a "evolução" e isso é cultura: mudar, evoluir.
    O que nunca poderemos fazer é negar nosso passado, temos sempre que termos conhecimento e porque não dependendo do ponto de vista termos orgulho do que era o nosso São João!
    No entanto, vale pensar muito em responsabilidade no momento de fazer a tal "evolução".

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  6. A cultura muda, mas não morre! Este ano, por exemplo, curti o SJ de seu avô, de seu pai e o seu. Não saí em bloco, mas fui lá dar um saque...rsrs...

    Não dúvido em alguns anos termos "Escolas de Forró"(tipo escolas de samba do RJ), do jeito que as quadrilhas estão indo...rs

    Tem SJ pra todo gosto aí, escolha o(s) seu(s) e seja feliz. Não sejamos fundamentalistas.

    Valeu, Ivan. Seu post praticamente organizou minhas ideias. Abraço

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  7. Querido Zito. Concordo com ressalvas.
    Não me estenderei muito pois falta-me tempo para tanto, mas tecerei algumas poucas observações:
    É verdade que a Cultura é dinâmica, tal qual a sociedade que ela permeia.
    Também é verdadeiro que gosto é algo de cunho pessoal, que resta-nos lamentar o dito "mal gosto" e regogizarmo-nos do nosso "gosto cult" (claro que estou sendo irônico).
    No entanto, duas aspectos importantíssimos sobre o tema não foram comentados: a perda da identidade e a indústria cultural.
    Para onde vai a charrete sem governante? (Talvez para onde queira o burro?!?)
    Que sociedade queremos, o que representa nossa cultura para nós mesmos, como devo visualizar minha imagem frente ao mundo globalizado... São perguntas que devem permear as mudanças culturais (apenas algumas). Um mudança social e cultural é sempre também uma mudança política, portanto perguntamos: Quais os interesses nessa mudança cultural? Quem será o lobo em pele de ovelha?
    Não posso escolher em que sociedade vivo, mas posso escolher em que sociedade gostaria de viver e quais os valores que acho importante.
    Uma última pergunta só pra constar:
    Porque multidões brigam quando seu time de futebol perde, enfrentando inclusive a polícia, mas esses mesmos corajosos se acovardam quando necessitam lutar para assegurar os próprios direitos?

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  8. Parabens Ivan!!Se mim permite divulgar seu blog e esse tema no meu orkut ou outras redes sociais eu posso fazer.Inclusive tenho uma comunidade no orkut que tamb fala sobre esse assunto.Não podemos deixar os nossos filhos se acostumarem com esses blocos no sao joao,queremos de volta nosso sao joao de rua, no forrodromo como tinhamos a alguns anos atras e que esta adm está ajudando a acabar!!!Aguardo sua resposta em relação a divulgacao da minha comunidade no seu blog e a autorizacao para divulgar o seu blog no meu orkut e outros!Valeuuu. Jorginho Reis!!

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  9. (Pedro Danilo) Concordo, cara. Existe sempre a possibilidade de escolher. Mas uma coisa é certa: a presença dos blocos prejudica essa escolha. Quero dizer, eu posso escolher ficar na praça, no arraiá, mas o povo está INTEIRO no bloco, prejudicando a atração que está na praça. Aí a festa já não é mais a mesma coisa, quer queira quer não.

    A questão do bom planejamento da festa é muito importante.

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  10. (k30) Pois é, cara. E veja que, na verdade, eu não tô nem fazendo juízo de valores, se muda para melhor ou pior. O fato é que se transforma!

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  11. (Markus Vinícius) Pois é, bicho. Eu acredito o São João ideal ocorre num espaço em que todos esses São Joões ocorram em harmonia.

    Estância não atingiu essa maturidade ainda.

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  12. (MÁRIO AMADEU) Exatamente. Concordo contigo. Houve coisas que preferi para a parte da discussão para o texto não ficar extenso demais. Mas como disse antes, a questão é mais de organização mesmo. Se eu coloco um bloco que eu tenho certeza que TODOS vão querer participar e coloco uma banda local para tocar na praça, eu SEI que essa atração local terá um público insignificante. Então, por quê teimar em colocar essa atração local ali?

    O fato de ter gente ganhando muita grana com isso, na minha opinião, é o menos importante. O maior prejuízo mesmo é o desequilíbrio que causa.

    O São João de Estância já tem "material cultural" para ser um evento de nível nacional, assim como o carnaval de Olinda, onde ao mesmo tempo em que os blocos passam na rua, INÚMERAS outras atividades ocorrem na cidade.

    Falta apenas um pouco mais de sofisticação de quem organiza o São João pra perceber isso e conjugar todas essas coisas com mais bom gosto.

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  13. (jorge reis) Fique à vontade para divulgar onde quiser! :D E obrigado pela divulgação! :D Abração, irmão!

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  14. Segue ai galera o link da comu no orkut.Tudo em relacao ao nosso sao joao que esta se acabando!!!valeu ivan..mais uma vez parabens!!vou colocar o seu link la!!!
    http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=114721652

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  15. Valeu, Jorginho. Vamos alimentar essa dicussão.

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  16. Cara...o texto de Zito tá bom demais! Claro , seco , reto e aberto a discussões...
    Mas um lance que me incomoda,é o incomodo que certas pessoas sentem com o divertimento alheio... Pra mim, pouco importa se o divertimento vai ser, atrás do trio, na porta de casa, ou em qqr lugar...o Lance real é que o São João, movimenta e propaga DIVERSÃO!...e eu me divirto com meus amigos do meu lado... Se o Bloco, parece ser um atropelamento cultural para alguns, para outros é o próprio ápice da alegria! A cultura não é outra, o "tempo" que é... Bem que eu gostaria de me vestir como um cavaleiro medieval e ir passear no shopping...Mas não dá! É vestir o "traje" conforme a ocasião! E se lembrar de se divertir e não de reclamar... Zito...e suas férias em Acapulco..."Um best seller" virtual... Abraço 03!

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  17. Eu tive a oportunidade de conhecer outro tipo de "São Joao". Na verdade é uma festa julina,que é comemorada em Julho. Quando estava em brasília, o dia 24 se passava que eu não percebia. E as festas eram com barraquinhas, tráges tópicos, comidas típicas, barraca do beijo, etc.
    Com isso nós acabamos esquecendo do sentido religioso do São joão. No nordeste, a cultura religiosa ainda é muito significativa.
    Apesar de todas as mudanças, ainda há um grande tradicionalismo no são joão do nordeste que não encontramos em outro estado. Como as batucadas, barcos, fogos, quadrlhas...
    Pra mim, não faltando milho assado, milho cozido e seus derivados, maniçoba, bobó, forró, fogueira e fogos... tá "baaaãum de mais sôr"
    kakakakakak
    Adorei :*

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  18. Vamos evoluir? Vamos! Mas, por favor! Não esqueça de onde nasceu.
    Um simples exemplo de como estamos prestes a perder algo muito valioso:
    Hoje em dia Estância é a cidade do barco de fogo. E se continuar a modinha de "espadas" e os que resistem em soltar os quase "arcaicos buscapés", desistirem. Vamos assassinar uma identidade cultural.
    Belo post. Abração irmão.

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  20. Concordo com você, Ivan. Conquanto, do mesmo modo que Nuts e Amadeu, com algumas ressalvas.

    A evolução cultural surge de uma transmudação, não de um assassínio do velho para o novo fixar-se. A cultura transforma-se, mas há aí um limite. Na minha mais franca opinião, o São João de Estância carrega consigo a sua nacionalmente conhecida força e singularidade não no que concerne à música, ao subgênero do forró posto em evidência ou algo do tipo. O São João em Estância é notável por suas guerras de buscapés, pela soltura de espadas, desfiles de batucadas, corridas de barco de fogo, a gente nas ruas, os casamentos caipiras, o samba de coco e, na ausência ou na diminuta existência de tais aspectos e coisas, seria somente mais um São João, portanto, não merecendo a distinção sustentada.

    Sei que a discussão encontra-se mais voltada à questão dos arrastões juninos, mas não ouso alongar-me em muitos comentários referentes à música (embora vá fazê-los mais a frente) por achar que este não seja o ponto que mais altera ou define a nossa identidade.

    Por enquanto apego-me ao que para mim é o cerne do assunto. Vejamos.

    Quando o turista vem a Estância, tem em mente a idéia de encontrar tudo o que foi e o que é (agora de forma totalmente maquilada) propalado nas emissoras de tevê Brasil afora, nos jornais impressos etc., ou seja, o viajante deseja presenciar tudo aquilo que agora decai, que se encontra em iminente declínio – mas ele não sabe ou mesmo não teve a oportunidade de conhecer o que foi. Evidência é pensarmos que por arrastões juninos e festas em forródromos, os cidadãos sedentos por aventurarem-se em diferentes territórios encontrarão tudo isso em todo o estado, em todo o nordeste um extenso leque de programas bem bolados, com bandas para todos os gostos e num nível de produção e organização mais respeitáveis se comparados aos executados pelo atual gestor e os membros do seu secretariado aos quais compete a feitura da programação.

    O meu São João, Ivan, assim como o seu, é também esse festejo ofertado no já citado forródromo, ou em eventuais arraiás que venham a ser organizados pelo administrador municipal, independente de onde sejam implantados. No entanto, aí devemos não olvidar (novamente finco a bandeira naquele lugar) as coisas que, ao menos em parte, de nossa posse são: a batucada, o samba de coco, o barco de fogo, a espada, o buscapé (que curiosamente - e ao contrário do que muitos pensam - é oriundo da cultura oriental) – tudo aquilo que torna distinto o nosso festejar.

    Continua...

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  21. (Continuação...)

    O Bloco Chamego de Menina, por exemplo, representa uma preocupação no tocante à “conservação” do nosso São João. Explico-me: como acontece no dia 23 de junho, véspera do dia do santo São João Batista, há, segundo alguns munícipes, o pedido (por parte de quem, não sei) de que as pessoas que possuem residência nas principais ruas da cidade, por onde passam as centenas de mulheres participantes do evento, não coloquem fogueiras nestes espaços, para que as lenhas em chama não atrapalhem o transcorrer da festa. Ora, que a cultura está em constante transmutação, sim, todos nós estamos acordados, mas açoitar, mesmo que sutilmente, alguns antigos costumes de famílias, a nossa singularidade, sobrepondo o novo à raiz (a minha limitação não me permitiu encontrar outro vocábulo para pôr no lugar deste), na minha opinião é, deveras, uma mudança de carga negativa.

    Não que eu discorde da festa ou dos demais arrastões feitos aqui. Eles já são, queira ou não, parte integrante do período junino local. Mas que a façam sem prejuízos aos nossos costumes, pois há outros lugares, outros acordos e meios possíveis para se chegar à anulação desta problemática.

    Quando aos costumes musicais, isto é o que é e não se pode mudar. Convivamos com as músicas de bom gosto, as que nos tornam impassíveis, as profanações (estas, sobretudo, marcadas por letras de muito mau gosto e que chegam, até um dado limite, a ameaçar as nossas ingênuas crianças) que o caminho é trilhado pelo gosto popular e contra isso não se pode pelejar.
    Encerro por aqui o meu comentário por estar ele indo um pouco longe no seu comprimento, apesar de ter alguns outros tópicos interessantes para analisar. Espero não ter sido enfadonho, não foi o meu intento.

    Ivan, o seu texto está muito bem escrito. Você nunca se atreveu a fazer algo que não fosse resultar em respeitável qualidade. Ótimo ter aberto aqui essa discussão.

    Mais uma vez digo: sou seu fã! Forte abraço!

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  22. (Marcell) Eu também acho. Mas como você mesmo disse, essa mudança atropela certas tradições que eu, na condição de estanciano nascido em 1985, acho que não deveriam ser esqeucidas. Mas falo isso de forma completamente pessoal, pois entendo que essas mudanças culturais sempre existiram e existirão sempre! Não tem como impedir que daqui a algum tempo, o São João já estará TODO diferente.

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  23. (Ianne) Eu acho que essa seria a solução para o São João daqui - uma programação melhor organizada e uma valorização maior das nossas "raízes". Tudo junto ao mesmo tempo!

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  24. (Thiago Nuts) Olha bicho, interessante você dizer isso, porque se a gente olhar pra trás vai ver que ao longo TODA A HISTÓRIA é muito comum uma força política e/ou religiosa tentando acabar com uma cultura local representada por um grupo de menor força.

    Não tenho muito background histórico pra discutir isso, mas vejo um exemplo disso aqui com a (tentativa de) proibição dos buscapés na Capitão Salomão, nas proximidades da Cold's. Lembro de alguns anos, em que houve reforma da Igreja do Rosário, e por isso, não se deveria soltar os buscapés.

    Isso é muito complicado porque tudo tem que ter seu espaço. Passar um São João inteiro sem soltar buscapé porque a igreja foi pintada?! Absurdo! Por outro lado, a Igreja do Rosário tem uma importância cultural GIGANTE pra Estância. Deve ser respeitada também.

    Então tudo isso tem que ser discutido com seridade e tudo registrado PRETO NO BRANCO! Porque, apesar de parecer uma coisa sem importância, não é! Nessas horas a gente nota que os próprios políticos (genralizando) não levam a sério questões culturais locais que SÃO sérias! Dentro da PRÓPRIA CIDADE deles. É uma atitude meio "Ah, eu vou mesmo ficar sentando pra discutir foguete de bambú?! Me poupe!"

    Mas seria algo equivalente ao prefeito de Nova Iorque sentar pra discutir se pode ou não soltar fogos de artifício na inauguração de uma loja em Manhattan, nas proximidades da Estátua da Liberdade. Não é importante?! Claro que é!

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  25. Marcell Velôso é formado em história, talvez ele possa comentar melhor isso que mencionei acima.

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  26. Lá vamos nós Zito!kkkk
    Religião,Política e Militarismo ao longo da história tentam oprimir o que conhecemos por "cultura local" e isso acontece pela tentativa frustrada de civilizar um lugar, e como alguém, que não lembro quem, me disse uma vez, o conceito de civilização cega o poder.
    Seguindo uma linha de raciocínio simples, lá atrás no ápice da invenção da guerra dos buscapés, o povo se reunia nas praças e se dividiam em grupos e começavam a usar o ambiente como um campo de guerra mesmo, se escondendo atrás dos arvoredos e dos prédios maiores(IGREJAS). Essa cultura não por coincidência foi sendo sustentada pelas famílias que residiam nos arredores das praças. De um tempo pra cá, a “COLD´S”, virou um ponto de encontro para diversão, mesmo sem motivos concretos. Hoje quem quiser conferir o que digo,basta se deslocar para lá por volta das quatro da tarde de qualquer domingo, e você vai encontrar algumas pessoas jogando conversa fora, herdando a cultura local de conversar nas praças.
    A tentativa de proibir a soltura de fogos naquele ano que a Igreja foi pintada, foi ridícula, um jeito desesperado de acabar com a cultura secular. E no que deu? Em nada, apenas um tapa na cara da “opressão”.
    Lembrando um fato acontecido na reforma do prédio do BANESE,ali vizinho da “COLD´S”. Destruíram o prédio da “Padaria Brasil”, sem maiores problemas. Lembro disso só pra lembrar que a preocupação com a estrutura dos prédios históricos já foi esquecida a bastante tempo,então não é impedindo que se solte fogos perto do Rosário, que vai se conservar a cultura. Até mesmo porque Estância é bem mais conhecida culturalmente pela soltura de fogos, do que pela conservação dos seus prédios históricos.
    Então aquele grupo de menor expressão de poder (o povo), resiste culturalmente as opressões. Somos cada risco de fogo na parede da igreja, que mesmo sendo pintada, ganhará outros riscos lá na frente... É o maior símbolo de resistência cultural, onde nenhum poder abusivo consegue controlar!

    Tem que se pensar em fortalecer essa cultura, em aproveitar a essência viva da “respiração” cultural que o povo vem dando a Estância. É dar estrutura a cultura, é viver e alimentar a cultura, é deixar de ser cegado pela civilidade, e compreender o real conceito de cultura e civilização... Tenho dito! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  27. Ian, obrigado imensamente pela colaboração! :D:D:D:D Vou comentar dois pontos que eu achei primordiais no seus post.

    1) "Convivamos com as músicas de bom gosto, as que nos tornam impassíveis, as profanações (estas, sobretudo, marcadas por letras de muito mau gosto e que chegam, até um dado limite, a ameaçar as nossas ingênuas crianças) que o caminho é trilhado pelo gosto popular e contra isso não se pode pelejar."

    Eu concordo contigo. Porém, acredito que isso já é uma questão de valor artístico individual. Claro que esse tipo de letra já é uma coisa totalmente ploriferada, mas acredito que as escolhas individuais do público tenham maior peso nesse aspecto. Se esse tipo de banda permeia as programações juninas, é porque as prefeituras e secretarias captam a preferência do público! E isso eu acho algo difícil de lidar. A mudança que se espera nesse campo é profunda demais, e defendida por poucos, infelizmente.

    Acho de um extremismo e uma falta de respeito muito grandes, por exemplo, a atitude de Chico César em cortar completamente as bandas desse tipo de forró mais moderno, na cidade em que ele é secretário! E se duma hora pra outra as rádios resolvessem não mais tocar a música dele próprio porque não é MPB, nem é rock, nem é reggae, não é música nordestina de raiz, mas ao mesmo tempo é tudo isso?! "Ah, isso é novo, é moderno, então não pode!" Ao meu ver, é QUASE a mesma coisa, sem entrar no mérito de comparar QUALIDADE.

    Se algo tem que mudar, se é que tem que mudar, é o povo ser mais atento à música que ouve e, sendo assim, ser mais seletivo. Outra coisa muito complicada, já que o "gostar ou não" de determinada música tem muito mais a ver com outras coisas paralelas à propria música. Mas isso é outra discussão.

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  28. 2) "Quando o turista vem a Estância, tem em mente a idéia de encontrar tudo o que foi e o que é (agora de forma totalmente maquilada) propalado nas emissoras de tevê Brasil afora, nos jornais impressos etc."

    Isso é outra coisa que eu acho um problema também. Recentemente a gente fez um trabalho sobre a importância do funk carioca no Rio de Janeiro. É um estigma que esse gênero musical carrega (e até cultiva!), o de ser ofensivo, sexualmente apelativo, etc. Mas o funk levanta uma bandeira para a qual não se presta muita atenção que é a de NÃO DEPENDER dos grandes veículos de difusão musical. Um mérito compartilhado pelo Calypso, por exemplo, banda que (me desculpe a franqueza) eu particularmente detesto. Acho tudo de um mau-gosto deplorável, dos arranjos às roupas, mas isso não anula o fato de que eles são a ponta de lança de uma mudança que o mercado musical brasileiro há muito precisava!

    Onde quero chegar é que o Carnaval do Rio, a vida nos morros cariocas, tudo isso tem uma imagem da qual a mídia já muito bem tomou conta! E sobre a qual a Rede Globo ganha OCEANOS de dinheiro em cima! O que há de belo nisso? Como o antropólogo Hermano Vianna bem coloca (irmão de Herbert Vianna), o samba e o Rio têm uma relação lindíssima! Mas o que há de artístico em CRISTALIZAR a cultura de uma cidade em um determinado momento, e lucrar em cima daquela "fotografia cultural" durante milênios a fio, completamente IGNORANDO as outras manifestações culturais daquele povo? Não existem? Não mereçem atenção?

    A mídia vende a imagem do nosso São João, mas acontece que ele já é outro. A Globo vende uma imagem de Copacabana, mas acontece que ela não é mais aquela que Tom Jobim & CIA cantavam.

    Uma cultura congelada é mais fácil de ser industrializada, empacotada e vendida. Aí entra o que Amadeu disse: a favor de quem? Para enriquecer quem?

    Muito do que se reclama, depende muito mais do POVO. Se o povo guarda no coração a memória do São João que lhe agrada e emociona, então que se faça!

    Para refletir:
    Me parece que o povo acaba por se seduzir por aquilo sobre o que mais reclama. Em vários dos dias de bloco, houve uma programação paralela no Arraiá do Progresso. Trios pé-de-serra tocavam e comidas típicas eram vendidas. Pouquíssimas pessoas presentes no público. Dentro do bloco, um rio de gente. E do lado de fora das cordas, ninguém? O contrario: um MAR de gente. SEGUINDO o bloco! Já que não comprou o abadá, por que não ir para a praça, curtir o "São João de verdade, de raiz"?

    Gilberto Gil já bem disse... "O povo sabe o que quer o que não sabe."

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  29. Marcell

    "Destruíram o prédio da “Padaria Brasil”, sem maiores problemas."
    Caramba, pra você ver como este tipo de hipocrisia e falta de respeito destrói a memória de um povo: EU MESMO nem LEMBRAVA da Padaria Brasil! :/

    Uma pena, uma mancha na estória de Estância, este prédio ter sido derrubado.

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  30. Agora, uma coisa que Ian colocou contra a qual não me oponho nem sequer milimetricamente, é a questão da RETIRADA das fogueiras das portas das casas. O BLOCO deve ser retirado do dia 23/06. Nesses momentos a gente percebe que, para uma manifestação junina tão jovem, os arrastões já chegaram tomando MUITO ESPAÇO. Como um novato que entra na sala de aula pondo os pés na carteira!

    É preciso que as autoridades culturais tenham o bom senso de acabar com este absurdo. A fogueira tem que queimar na véspera de São João, sim. Isso já não é mais saudosismo, mas sim uma manifestação de identidade cultural, que apesar de mutante, tem sua memória. Contra isso, realmente, não se pode discutir.

    Mas aí, mais uma vez, eu pergunto. Cadê a força DO POVO?! Cadê o povo que tanto preza pelas suas origens ACENDENDO mesmo assim suas fogueiras nas portas de sua casa, a contra gosto desse tipo de determinação autoritária e desrespeitosa?!

    Sinceramente, me entristece muito mais perceber as PREFERÊNCIAS e atitudes do povo, do que as interferências externas que a sua cultura sofre.

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  31. No meu comentário, equivoquei-me ao colocar que os costumes antigos estão em "iminente declínio", não condiz com o que eu pretendia colocar, mesmo porque, ao meu ver, não nos encontramos em um estado iminente de decadência e, sim, presente. Erro de falta de revisão. Substituo, então, por "evidente declínio".

    Em relação aos seus recentes comentários, Ivan, os lerei assim que puder. Mais uma vez digo que foi ótimo ter aberto aqui essa discussão. Mais interessante ainda seria se mais pessoas participassem efetivamente, expondo suas ideias, pareceres e indagações. Assunto de indiscutível importância para melhor entendermos os rumos da nossa cultura.

    Um abraço!

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  32. Eu não falaria incomodo com o divertimento alheio marcel,eu falaria incomodo com a nossa cultura que cada dia vem se acabando com esse tipo de festa: trio elétrico em sao joao?!não tem condições!!!Claro que ninguem vai deixar de viver ou de se divertir porque saiu uma programação de nivel 0(zero) diria assim, em relação ao nivel que nossa cidade tem. ou pelo menos tinha a alguns anos atras!e insisto em dizer que esta adm que ai está, esta ajudando a acabar!Como por exemplo o nosso forrodromo lotado de gente e com todo tipo de cultura num so lugar, barco de fogo, espadas, buscape e ai vai, sem falar do fogo na rua ou fogo no beco que nunk vai se acabar tenho a certeza disso.

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  33. Pôxa, fiquei fã do texto (e não foi por amizade). De vez em quando fico me questionando sobre essas mudanças de paradigmas e como é típico do ser humano valorizar o passado em vários aspectos. Parece ser uma tendência esse saudosismo... mas eu fico me perguntando se as próximas gerações irão conseguir dizer que: "São João bom era na época de lapada na rachada e Carnaval quando as pessoas ralavam a tcheca no asfalto". Ai sim, vou ter que ter saudade de Calcinha preta, msm achando que é o típico pé de serra.

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  34. (uma menina) Hahahaha - Muito bom...

    Isso é realmente preocupante. Acho que entra bastante numa questão de qualidade individual mesmo... de artistas e de público. A qualidade do público é uma coisa que pouca gente comenta e de quem se cobra pouco.. rsrs

    Hoje em dia, como vc sabe, tem muita coisa boa de música, e muita gente curte. Acho que o que vai ficar mesmo é isso. Porque das tantas tchecas que já rolaram no asfalto na história no mau gosto, eu n lembro mais de nenhuma! - rsrs

    Melhor esquecer mesmo - rsrsr

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  35. Um adendo:
    Como diria um querido ex professor de antropologia: "tire a cultura do homem e ele vira um cachorro." (esqueça o sentido pejorativo da palavra cachorro). A cultura existe, ela nos é inerente, mas podemos e devemos questioná-la para aprender a reconhecer a pobreza e a riqueza dela. E isso não serve só pra música.

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  36. Exatamente, Catarina. /Questionar/ a cultura. Isso tem sua importância. Porque nós mesmos sempre teremos uma visão extremamente limitada do cenário em que vivemos. A minha raíz estará sempre no máximo 30 anos antes de mim. E antes? E o que já existia?!

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  37. Cara, faz um tempo que venho querendo escrever sobre esse post. Preguiça foi o que mais me impedia hehehe mas as idéias já vinham fervilhando na cuca.
    Quando paro para pensar sobre cultura, a vejo dentro de, no mínimo, dois movimentos: um que busca cristalizar as açoes; e outro que encara o múltiplo dinamismo que a engendra.
    Falemos sobre o primeiro: um movimento que está muito atrelado ao modelo de organização capitalistico que vivemos, ou seja, um modelo que faz de tudo para capturar qualquer tipo de ação, tirando uma gama de sentidos coletivos e lhe dando um único possível: produto a ser consumido. Nesse movimento, qualquer coisa tem que ser apta ao consumo, nesse caso: O São João e seus ritos. No entanto, isso nao fica restrito ao que diz dos ritos e hábitos de uma dada localidade. O capitalismo tem, entre suas funçoes, transformar coisas que são específicas de uma localidade em algo universal, sendo assim, ritmos como o Sertanejo passam a fazer parte de nossas festas, mesmo que esse tipo de música seja especifica das festas juninas do estado de de Goiás; ou até os blocos que eram caracteristicos das festas regadas a musicas tipicas do carnaval baiano; o que interessa é criar e consolidar um modelo como sendo o unico de se festejar o São João...por ex, no interior da Bahia as festas juninas foram embaladas por Ivete Sangalo e até Capital Inicial..trata-se de se aproveitar de um momento festivo caracteristico de uma região e fazer dele mais uma forma de ganhar dinheiro, descaracterizando o que se fazia costumeiro.
    Não estou aqui querendo dizer que nao devamos ganhar dinheiro ou bla bla bla, de papo de um marxista mais chato q existe por ai...mas há um perigo nisso tudo e é qt a isso que luto e critico. Vamos lá..
    Quando acontece de universalizar somente um sentido para a festa, ou seja, do consumo, através dos dispositivos como blocos, ou chamadas "Festas de Camisa" (?), isso acarreta num atropelamento de qualquer outra manifestação que se dê no dinamismo social, sejam as batucadas, as guerras do buscapés, os trios pé-de-serra animando uma sala de reboco, etc.
    A cultura se dá no dinamismo, como disse, se forma através de práticas coletivas, ao acaso, no jogo das relações entre diversos costumes e assim é que as mudanças têm que ocorrer, mas o que vejo no São João da cidade de Estância é um processo de esmagamento de tipos de manifestação que já vêm de povos historicamente oprimidos. Que existam os blocos, as festas de camisa e afins, mas que isso nao signifique uma não possibilidade de outras manifestações acontecerem. A exemplo, já são 3 anos que não vejo uma Batucada na rua, podem até acontecerem, mas com certeza foram restritas a espaços exclusivos para a apreciação de poucos turistas ou mesmo para que serem usadas como argumentos em tempos de campanhas por quem administra a cidade...investimento em cultura, nao quer dizer que os movimentos culturais (batucada, guerra de buscapé, etc) devam ficar reféns do desejo de quem quer que seja...é preciso que haja financiamento, mas que os grupos folclóricos tenham autonomia para se manifestarem pelos espaços que lhe façam sentido e vejo que esse espaço é na rua, criando o proprio trajeto, fazendo ecoar os tamancos pelos becos da cidade...
    Como mais um exemplo de liberdade de manifestação e gerando o tal sonhado lucro, é o carnaval de Pernambuco. Quem já foi ao carnaval de Recife/Olinda sabe do que tô falando: multiplas manifestações folclóricas ganham as ruas, sem que uma tenha que anular a outra...fico por aqui.
    Ivan, um bom texto que me provocou e muito. continue escrevendo assim, afinal qualquer que seja o pensamento ele deve provocar naqueles com quem é partilhado incomodos. Abraços

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  38. Pois é, Helmir, como eu mencionei depois nos comentários, o pior mesmo é que ainda não se achou uma maneira de conciliar essas várias manifestações juninas. O que falta mesmo são as autoridades promotoras desses eventos aprenderem a organizar tudo melhor. E o exemplo dessa diversidade, dessa harmonia, que eu citei depois nos comentários foi exatamente o de Olinda.

    Acho que é preciso também que o POVO estanciano dê maior valor às estas manifestações, pois não se percebe muito por aí este sentimento de resgate que uma pequena parcela da sociedade alimenta (nós inclusos nela).

    Mesmo sendo a preferência do público algo manipulável, não se pode duvidar do peso que o gosto pessoal tem. O que eu noto em um grande número de estancianos é um senso de identidade bastante rarefeito, e um desinteresse por todas essas manifestações que beiram o desprezo.

    Um pena isso ser uma característica de NOSSA geração. Nossos pais adoram. Nossas crianças crescerem compreendendo a importância disso tudo depende de nós, mas também depende de um São João mlehor articulado nesse sentido.

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  39. Nossa professor, muito bom falar sobre esse assunto; pois cada ano, Estância se notabiliza ainda mais por meio das suas festas populares; os festejos juninos têm sido um dos carros-chefes do sucesso que o município tem alcançado nos últimos anos, porém essa festa vem ficando um pouco diferente devido às novas gerações.

    Um abraço enorme, Monalisa - C.S.C.J.-6° Ano "A".

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  40. Oi, Monalisa! :D

    Pois é, as gerações sendo diferentes, os fetejos também mudarão! :)

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  41. Aí, rapaz! Demorei pra achar essa sua página. Tinha esquecido o nome. Tenho um bocado pra ler aqui. Depois eu apareço!

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